domingo, 21 de agosto de 2016

Densidades Populacionais - Parte 2

Em um dos vários aspectos referentes à urbanização, observa-se que algumas cidades tendem a se especializar economicamente. Essa especialização pode ocorrer no sentido de dinamizar uma economia local ou regional, podendo transformar um espaço previamente existente, ou conceber e planejar a criação de cidades para atender a funções específicas.
Você já pensou que a sua cidade pode ter uma especialização?
Para saber sobre isto, clique em Densidades Populacionais - Parte 2.
Para assistir o vídeo, clique em As Cidades: Definição, Organização e Funções.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Densidades Populacionais - Parte 1.

A população mundial tem vindo a aumentar de forma diferenciada ao longo do tempo e assim também a suas distribuição varia nos diversos espaços geográficos. Esta é uma questão que interessa de perto ao urbanismo, uma vez que a ela está ligada o crescimento das cidades e a organização do espaço urbano.

Para acessar o conteúdo, clique em Densidades Populacionais - Parte 1.

Bons estudos!

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Evolução das Cidades

A CIDADE ANTIGA

As primeiras cidades surgiram em função da Revolução Agrícola, que ocorreu, por volta de 3.000 a.C., no Crescente Fértil, região compreendida entre a Mesopotâmia (atual Iraque) e o Egito. Nesse período, as sociedades da área, além de adquirirem condições de alimentar os agricultores, passaram a ter capacidade de abastecer os habitantes das cidades. Estes, agora, podiam se dedicar a atividades propriamente urbanas: comércio e artesanato. Outro fato importante foi que as elites dirigentes se fixaram nas cidades que se tornaram sedes do poder. Implantava-se a divisão de trabalho e funções entre as zonas rurais e as cidades.

As cidades surgiram também na Mesopotâmia (região entre os rios Eufrates e Tigre), destacando-se Ur eBabilônia. Para nossos padrões, cidades pequenas; porém, para a época, verdadeiras metrópoles. Com o passar do tempo, outras cidades surgiram, sempre próximas aos rios, já que estes fertilizavam a terra, o que favoreciam o abastecimento das cidades: Pequim e Hang-Chou, na China; Mohenjo-Daro, situada na planície indo-gangética (Índia) e Tebas e Mênfis no Egito. Também na América, nasceriam cidades, principalmente entre os astecas, importante civilização que ocupava o que hoje é o território mexicano.

Na Europa, duas civilizações, a grega e a romana, tiveram nas cidades seus centros de poder, onde estavam a burocracia de estado civil e militar. Na Grécia clássica, a mais sofisticada forma política foi apolis (cidade). De fato, todo o esplendor cultural grego brilhou nas ruas de Atenas. Na Península Itálica, surgiu e evoluiu a mais importante cidade da Antiguidade: Roma, de onde partiram as tropas que edificariam o maior dos impérios, o Império Romano. Realmente, na época "todos os caminhos levavam a Roma". No século XV, quando Roma caiu em função das invasões germânicas, as cidades sofreram um grande abalo, pois a Europa se "ruralizou", ao longo do período feudal.

A CIDADE MEDIEVAL

A Idade Média foi fundamentalmente uma civilização rural.  Por essa razão, as cidades perderam sua importância, Limitavam-se a ser sedes de bispados e reinados, num período no qual os reis praticamente não tinham poder político. Durante o período medieval, não surgiram novas cidades e as antigas se esvaziaram.  As cidades medievais foram, na prática, simplesmente fortificações para proteger igrejas, uma pequena população e alguns castelos. Elas não tinham qualquer função urbana.  Além disso, eram sujas, fétidas e suas casas de madeira eram presas fáceis dos incêndios. Dizia-se que qualquer viajante percebia estar próximo a uma cidade, pelo mau cheiro que ela exalava. Somente o capitalismo mercantil faria ressurgir o fenômeno urbano. 

A CIDADE RENASCE

Quando do capitalismo mercantil, período da acumulação primitiva de capital, o comerciante se tornou o grande "herói" da história europeia.  E o comerciante morava na cidade.  Progressivamente, os senhores feudais foram permitindo que as cidades ficassem livres, por meio da concessão de "cartas de franquia". As cidades agora livres receberam diversas denominações, conforme os países onde elas estavam situadas: na Alemanha eram chamadas de  burgos; na França, comunas; por sua vez, na Itália eram denominadas de  repúblicas  e na Península Ibérica   existiam os  concelhos.  A medida que o comércio foi se desenvolvendo, as cidades foram se espalhando por toda a Europa. Importantíssimas foram as cidades comerciais da Itália, principalmente Gênova e Veneza, onde surgiu uma prósperaburguesia comercial e financeira.  Na Alemanha, Hamburgo era o centro de uma rede comercial que chegava até a Rússia, rede esta conhecida pelo nome de Hansa Teutônica ou Liga Hanseática. Na extremidade ocidental da Europa, onde se formou a rota comercial de Champagne,  proliferaram cidadesde grande importância: Paris, Bruxelas, Antuérpia e Amsterdã, dentre outras.

O renascimento urbano, fruto do renascimento comercial, foram sinais de que estava nascendo um novo regime de produção: o capitalismo. O desenvolvimento das cidades, que passaram a ser os motores do progresso, acelerou o êxodo rural: todo mundo queria morar nas cidades para se libertar da dominação feudal.  Um provérbio alemão da época dizia: "o ar da cidade faz o homem livre".  Pouco a pouco, as cidades ficaram superpovoadas.  Na Idade Média, os núcleos urbanos eram cercados por muros; agora, eles começaram a se desenvolver fora dos muros, nascia a especulação imobiliária.  O renascimento urbano teve também um impacto cultural: durante a Idade Média, a Igreja Católica manteve o pensamento e a filosofia no interior dos mosteiros rurais, agora, em razão do aparecimento da burguesia, o clero foi obrigado a ir para as cidades: surgiu as  universidades,  já que os burgueses tinham sede de conhecimentos.

A INDÚSTRIA FAZ DA CIDADE O CENTRO DO MUNDO OCIDENTAL

A Revolução Industrial do século XVIII, que concentrou a mão de obra das atividades fabris nas cidades, foi o grande fator do desenvolvimento urbano.  O capitalismo não criou as cidades, surgidas ainda na Antiguidade, mas as tornou o centro das atividades econômicas e culturais.   Em função do capitalismo, as cidades passaram a ter inúmeras funções: portuárias, comerciais, industriais, militares e político-administrativas.  Em resumo, o capitalismo industrial precisou, pela necessidade de produzir com custos mínimos e concentrar os operários em áreas reduzidas do espaço terrestre, criar as condições para que as cidades se tornassem metrópoles e megalópoles. Leia o texto abaixo com atenção:
"O resultado desse processo - a moderna unidade de produção, a fábrica - é necessariamente um fenômeno urbano.  Ela (a fábrica) exige, em sua proximidade, a presença de um grande número de trabalhadores.  O seu grande volume de produção requer serviços de infraestrutura (transportes, armazenamento de energia, etc.) que constituem o núcleo da moderna economia urbana.  Quando a fábrica não surge já na cidade, é a cidade que se forma em volta dela.  Mas é em ambos os casos uma cidade diferente.  Em contraste com a antiga cidade comercial, que impunha ao campo seu domínio político, para explorá-lo mediante monopólios, a cidade industrial se impões graças à sua superioridade produtiva. A burguesia industrial toma o poder na cidade em nome do liberalismo e varre para fora do cenário histórico a competição das formas arcaicas de exploração.  O capital comercial perde seus privilégios monopolísticos e acaba se subordinando ao capital industrial (SINGER, Paul in "Economia política da urbanização")

A CIDADE,  HOJE
O capitalismo contemporâneo ampliou o fenômeno urbano.  Se antes, havia cidades, atualmente há megalópoles,  onde a conurbação criou uma sofisticada rede de fluxo de capitais, informações, mercadorias e serviços.

Tóquio, Japão.



Densidades populacionais

O que é densidade populacional?

A população mundial tem vindo a aumentar de forma diferenciada ao longo do tempo o que permite distinguir claramente três fases, ou períodos, com ritmos demográficos diferentes.
Entende-se por transição demográfica a oscilação das taxas de crescimento e variações populacionais. Esse conceito foi elaborado no ano de 1929 por Warren Thompson (1887-1973) para contestar matematicamente a Teoria Demográfica Malthusiana, por definir que não há um crescimento acelerado da população, mas sim oscilações periódicas, que alternam crescimentos e desacelerações demográficos, podendo envolver, inclusive, estágios de estabilidade.

Para melhor compreender o conceito de transição demográfica, é necessário ter noção de alguns conceitos demográficos, tais como a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.

A principal referência histórica para a elaboração dessa teoria foi a Revolução Industrial e a consequente constituição da sociedade moderna de consumo. Em tempos anteriores a esse, as taxas de natalidade e mortalidade eram continuamente elevadas, demarcando um período de relativa estabilidade demográfica. Porém, com a modernização dos países hoje considerados desenvolvidos, houve uma melhoria significativa nos padrões sociais de desenvolvimento, elevando a expectativa de vida e, consequentemente, declinando as taxas de mortalidade, o que foi responsável por um súbito aumento da população em um curto espaço de tempo.
Taxa de natalidade é um ramo da demografia que determina o número de nascidos vivos a cada mil habitantes de uma determinada área ou região, por um determinado período de tempo, geralmente um ano. O cálculo é feito dividindo-se o número de nascimentos vivos pela população total da região.
A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um índice demográfico que reflete o número de mortes registradas, em média por mil habitantes, em uma determinada região em um período de tempo. A taxa é expressa comumente em unidades de morte por 1000 pessoas ao ano.
Dividiu-se as oscilações entre mortalidade e natalidade, considerando o desenvolvimento das sociedades industriais, em quatro estágios principais. Para melhor compreendê-los, observe o gráfico abaixo:
Gráfico esquemático das quatro etapas do crescimento populacional e transição demográfica*

No primeiro estágio, observa-se a característica de crescimento das sociedades tradicionais, em que a natalidade e a mortalidade são elevadas, o que contribui para um tímido, quase nulo, crescimento demográfico. Essa característica é predominante em países essencialmente rurais, existindo atualmente apenas em algumas nações subdesenvolvidas.
O segundo estágio assinala o desenvolvimento industrial, econômico e social das populações. É o estágio característico da modernidade, quando há o rápido decrescimento das taxas de mortalidade, enquanto as taxas de natalidade demoram a cair. Graças a isso, nesse período, o crescimento populacional é acelerado. Esse segundo estágio corresponde à primeira fase da transição demográficadestacada no gráfico acima.
Já o terceiro estágio demarca o desenvolvimento urbano, a difusão de métodos contraceptivos e a queda das taxas de natalidade, que se relacionam, sobretudo, à inclusão da mulher no mercado de trabalho. Com isso, a fecundidade diminui e o crescimento demográfico mantém-se em um nível moderado. Podemos dizer que o Brasil se encontra nesse período de sua evolução populacional, assinalada pela segunda fase da transição demográfica do gráfico.
Por fim, no quarto estágio, observa-se um regime demográfico considerado moderno, com baixas taxas de natalidade e mortalidade, com um crescimento demográfico próximo a zero. É o atual período da maioria dos países desenvolvidos da atualidade.
A geração do Baby-boom: um exemplo de transição demográfica
Após o término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as Forças Aliadas venceram os alemães, os italianos e os japoneses. Os Estados Unidos, como vencedores, conheceram uma elevada evolução político-financeira e conseguiram elevar as condições de vida de sua população.
Com um período de guerra terminado, a população começou a produzir uma grande quantidade de filhos, sobretudo entre os anos de 1946 e 1964, fenômeno denominado de geração do baby-boom ou baby-boomers. Muitos demógrafos consideraram esse período como uma forma espontânea da sociedade de repor as perdas das pessoas mortas durante os conflitos internacionais.
Assim, da mesma forma que aconteceu nos estágios acima mencionados, esse rápido crescimento demográfico ocasionado pelo aumento da natalidade e pela baixa mortalidade foi seguido por um período de queda dos números de gravidez e a consequente redução das taxas de crescimento populacional nas gerações seguintes. Observa-se, desse modo, mais um exemplo de transição demográfica, em que um período de explosão no número de pessoas é sequenciado por um período de estabilização demográfica.
_________________________
* Gráfico adaptado de: LUCCI, E. A., et al. Território e sociedade no mundo globalizado: Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2005. p.317.

Atividade

Saiba a densidade demográfica de sua cidade.
Caminho das pedras: 
- Acesse o site do IBGE - Municípios: Clique em: Meu Município.
- Você estará na página de dados de Paracatu. Se você é de outra localidade.

Quer saber mais sobre as taxas de natalidade e mortalidade infantil?

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Sustentabilidade Urbana e Construção Civil, artigo de Reinaldo Dias

Publicado em agosto 4, 2016 por 

Favela Paraisópolis, junto ao Morumbi. Foto: Jorge Maruta/Jornal da USP/Guia Geográfico São Paulo
Facebookitter[EcoDebate] Em maio deste ano, o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Urbanos (ONU-Habitat) divulgou relatório sobre as cidades do mundo denominado “Urbanização e Desenvolvimento: futuros emergentes”. O relatório é resultado de 20 anos de estudos, destaca o importante papel dos centros urbanos no desenvolvimento global e conclui que o modelo de urbanização atual é insustentável.
O documento é uma contribuição para a terceira Conferência da ONU Habitat sobre desenvolvimento sustentável que ocorrerá em outubro na cidade de Quito, Equador, tendo como objetivo principal a elaboração de uma Nova Agenda Urbana para o século XXI.
Atualmente 54% da população mundial vive em cidades e estima-se que esse percentual suba para 66% até o ano de 2050. O relatório afirma que as cidades são responsáveis por 70% das emissões de carbono em nível mundial. E com o aumento da população, cresce também o risco de intensificação da contaminação do ambiente.
Para abrigar toda essa população, 70% da superfície das cidades é constituída por moradias que definem a forma urbana, sua densidade e demandam energia e água. Nesse contexto surgem inúmeros problemas como a demanda de energia e o consumo de água. A expectativa é que para 2050 a questão de energia cresça em 40% e a de água 50%, o que exigirá cada vez mais dos centros urbanos alta capacidade de resiliência para enfrentar situações de emergência e obter fontes alternativas de energia. Levando-se em consideração esse quadro, o relatório afirma que o futuro sustentável das cidades e os benefícios da urbanização dependerá em grande medida das futuras abordagens sobre a habitação.
Deve-se levar em conta que a construção de moradias envolve diversas atividades que impactam no ambiente tais como a utilização de materiais de construção a partir de várias fontes, utilização de máquinas, demolição de estruturas existentes, uso de áreas verdes, corte de árvores, destinação de resíduos etc. Consequentemente, o segmento da construção civil, numa perspectiva sustentável deve priorizar a redução de seus impactos sobre o meio ambiente e otimizar suas atividades de forma a reduzir seus efeitos negativos antes, durante e depois da obra construída.
A nova Agenda Urbana implicará na aplicação de critérios de sustentabilidade e utilização racional dos recursos naturais disponíveis na construção, exigindo mudanças importantes nos valores que o setor da construção civil tem na sua cultura consolidada ao longo dos anos. A incorporação de princípios de sustentabilidade alterará diversos hábitos e costumes arraigados, visto que contribuem para a conservação dos recursos naturais, maximizam a reutilização desses mesmos recursos, melhoram a gestão do ciclo de vida das habitações, com redução da energia utilizada e adoção de fontes alternativas de energia como a solar, entre outros benefícios.
Hoje é possível afirmar que não é fácil mudar o sistema de construção de edifícios, pois para se alcançar a sustentabilidade nesse setor deve-se sair da rotina e eliminar os maus hábitos adquiridos em décadas de desperdício de recursos naturais utilizados nas obras. Há necessidade de mudança da mentalidade das empresas do segmento, tendo como objetivo a priorização da reciclagem em detrimento da tendência tradicional de extração de materiais naturais. Nas construções futuras deverá ser incentivada a utilização de sistemas de energia tendo como base produtos e energias renováveis.
O momento atual, com a perspectiva da retomada do crescimento no Brasil, oferece uma excelente oportunidade para as empresas do setor de construção civil e de infraestrutura. O envolvimento consistente com a sustentabilidade contribuirá para uma melhoria do posicionamento competitivo da organização decorrente do reconhecimento público de que a empresa é realmente parceira na construção de um desenvolvimento sustentável.
Reinaldo Dias é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, campus Campinas. Doutor em Ciências Sociais, Mestre em Ciência Política pela Unicamp e especialista em Ciências Ambientais.

Colaboração de Tatiane Costa, in EcoDebate, 04/08/2016
"Sustentabilidade Urbana e Construção Civil, artigo de Reinaldo Dias," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 4/08/2016, https://www.ecodebate.com.br/2016/08/04/sustentabilidade-urbana-e-construcao-civil-artigo-de-reinaldo-dias/.