1.
Problemas Urbanos
Uma característica marcante do
meio urbano são as transformações que ocorrem em consequência das ações
individuais e coletivas, diárias e rápidas de transformação. As cidades
receberam, nas últimas décadas, intenso fluxo migratório de pessoas vindas do
campo, em busca de emprego e melhores condições de vida. Além das necessidades
econômicas, essa massa populacional tinha, em geral, pouca ou nenhuma
qualificação para o exercício de atividades na zona urbana, baixa escolaridade
e uma cultura rural, que dificultava o enfrentamento dos problemas urbanos.
As pessoas se instalam buscando
satisfazer suas necessidades pessoais e/ou familiares, como o acesso fácil ao trabalho,
educação, saúde, serviços, lazer etc. Sendo assim, aqueles locais que podem
melhor satisfazer essas necessidades são mais valorizados; ocorre, portanto,
que os valores do espaço (imóveis) são distintos em cada ponto da cidade.
Como as pessoas se instalam de
acordo com suas possibilidades econômicas, observa-se no espaço urbano uma
segregação social. As pessoas detentoras de maior poder econômico se instalam
nos bairros com boa infraestrutura urbana, onde os imóveis são caros e de
melhor padrão e há uma boa rede de serviços; as pessoas com menor poder
aquisitivo, a maioria, se instalam em bairros de infraestrutura precária e onde
os imóveis são mais baratos e de baixo padrão; as pessoas com pouco ou nenhum
poder aquisitivo, se instalam onde não há infraestrutura urbana, em ocupações
chamadas de “ilegais”. Nas cidades pequenas é pouco comum encontrar pessoas
ocupando terrenos “ilegais”: encostas íngremes de morros, margens de córregos,
terrenos baldios etc.
Na figura abaixo, temos o traçado
urbano de Paracatu. Você consegue distinguir onde estão os espaços de maior e
menor valor? Por que você os considera assim?
A seguir, vamos descrever os
principais problemas que afetam o meio urbano brasileiro.
1.1.
Mobilidade
As pessoas precisam atingir
determinados pontos da cidade, para satisfazer diversas necessidades: serviços
em geral, educação, saúde, comércio, lazer, trabalho. Consequentemente, os
espaços onde estas necessidades podem ser satisfeitas ficam congestionados de
veículos e de pessoas. Tal fato é agravado pela precariedade do transporte
coletivo e pela obsolescência do traçado urbano, onde as ruas não foram
dimensionadas para suportarem tráfego intenso.
1.2.
Poluição ambiental
No espaço urbano, praticamente
todos os produtos são comercializados e descartados em embalagens. Isto gera
uma produção crescente de resíduos sólidos. Além disso, muitos produtos se
tornam obsoletos em pouco tempo, sendo necessário descartá-los. Isto tudo é
agravado pela falta de educação ambiental. Em consequência, vêem-se ruas sujas,
bueiros entupidos, depósitos de lixo em terrenos baldios etc. Outro aspecto é a
localização de cemitérios dentro (ou às vezes no centro) das áreas urbanas, sem
nenhum planejamento de retenção de efluentes (chorume), contaminando as águas
subterrâneas. Acrescentem-se também os depósitos de resíduos a céu aberto
(lixões), a queima de lixo; a operação de indústrias poluidoras, a queima de
combustível pelos veículos, a poeira etc.
1.3.
Enchentes
As águas pluviais têm três
caminhos a seguir: infiltração, evaporação e escoamento superficial. Como
resultado da impermeabilização do solo pelo asfalto e construções, quase não há
infiltração e a água de chuva escoa superficialmente, muitas vezes carreando
lixo, encontrando bueiros entupidos e vales de rios assoreados, o que resulta
em inundações. Tal situação é agravada por canalizações mal dimensionadas de
córregos, escassez de galerias de águas pluviais e falta de espaços
arborizados.
1.4.
Deslizamentos de encostas
Os deslizamentos
(desmoronamentos) de encostas têm ocorrido com frequência no meio urbano, em
consequência da ocupação dos morros, em locais inapropriados para a construção
de imóveis. A retirada da vegetação e os cortes dos terrenos acentuam a erosão
e tornam os solos frágeis, sujeitos ao deslizamento. Os deslizamentos não só
causam acidentes graves, com perdas de vidas, mas também acentuam o
assoreamento dos fundos dos vales, aumentando assim a possibilidade de
enchentes.
1.5.
Ocupação indevida
As pessoas que têm pouco ou
nenhum recurso ocupam áreas de mais baixo valor, até mesmo recorrendo a
invasões de terrenos baldios, áreas de encostas de morros, áreas periféricas da
zona urbana etc.. Isto leva a um processo de favelização e de intensa
degradação social e ambiental.
1.6.
Precariedade do saneamento urbano
1.7.
Outros
- Ritmo
de crescimento urbano não acompanhado pelo crescimento da infraestrutura;
-
Violência urbana etc.
Textos Complementares
1. Urbanização e Meio Ambiente
O
que é urbanização?
Quando uma área
silvestre ou rural começa aderir características, instalações, infraestrutura e
a fim de tornar-se uma área urbana, denominamos esse processo de URBANIZAÇÃO. É
um processo geralmente lento, pois é necessário fazer ruas, avenidas, redes de
esgoto, rede elétrica e tudo que uma cidade normal tem, ou seja, isso leva
algum tempo. O processo de urbanização acontece por causa de uma grande demanda
populacional e para expandir uma cidade.
Convencionalmente, a
urbanização refere-se à mudança de um grupo extenso de pessoas que estão
deixando a área rural para viver em centros urbanos. Uma cidade, estado, ou
país é tido como urbano quando a maioria das pessoas vive em cidades e a
minoria em campo.
O que é meio ambiente?
O que é meio ambiente?
Pensamos erroneamente
que meio ambiente é somente aquilo quem tem relação com a natureza, plantas,
animais e afins. Na verdade é preciso uma análise profunda sobre o que é de
fato o meio ambiente. O meio ambiente é tudo isso que pensamos, mas é bem mais
complexo que isso, pois é nele que encontramos nossas origens, nossa
identidade, nossa identidade biológica, nossa cultura. Deu pra ter uma ideia de
quão amplo ele é? O meio ambiente é o responsável por gerar os recursos que
precisamos: matéria-prima e energia.
O meio ambiente relacionado ao ecossistema é um conjunto de situações ambientais. O meio ambiente relacionado ao lugar onde vivemos faz associação ao nosso cotidiano. O termo em si serve para indicar um território habitado por seres humanos e outras espécies e toda pesquisa sobre o que é meio ambiente deve sempre considerar todos os significados existentes do termo, pois de fato é muito amplo.
O meio ambiente relacionado ao ecossistema é um conjunto de situações ambientais. O meio ambiente relacionado ao lugar onde vivemos faz associação ao nosso cotidiano. O termo em si serve para indicar um território habitado por seres humanos e outras espécies e toda pesquisa sobre o que é meio ambiente deve sempre considerar todos os significados existentes do termo, pois de fato é muito amplo.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO. Obtido em http://www.portaleducacao.com.br/biologia/artigos/48848/urbanizacao-e-meio-ambiente#ixzz4CmprFwFw. Acesso em: 11/08/2016.
2. Deslizamentos
O deslizamento é um fenômeno provocado pelo escorregamento
de materiais sólidos, como solos, rochas, vegetação e/ou material de construção
ao longo de terrenos inclinados, denominados de encostas. Ocorre em áreas de
relevo acidentado, das quais foram retiradas a cobertura vegetal original que é
responsável pela consistência do solo e que impede, através das raízes, o
escoamento das águas. O deslizamento de terra se difere dos processos erosivos
pela quantidade de massa transportada a uma grande velocidade. Esses fenômenos
naturais e/ou antrópicos, causam problemas imediatos para a população,
independente de sua condição social, e também para o meio ambiente.
O Brasil, pelo fato de ter predominância de clima tropical, existem grandes índices pluviométricos no verão, que corresponde ao período chuvoso, com isso as encostas naturalmente são locais de risco ao deslizamentos de terra.
O Brasil, pelo fato de ter predominância de clima tropical, existem grandes índices pluviométricos no verão, que corresponde ao período chuvoso, com isso as encostas naturalmente são locais de risco ao deslizamentos de terra.
É notório que os deslizamentos em encostas e morros urbanos
vêm ocorrendo com uma frequência alarmante nestes últimos anos, devido ao
crescimento desordenado das cidades, com a ocupação de novas áreas de risco,
principalmente pela população mais carente.
Muitas cidades, em sua expansão, avançam para terrenos topograficamente mais inclinados e geologicamente instáveis. É o caso da ocupação de vertentes de morros ou de obras efetuadas em áreas extremamente suscetíveis à intempéries intensas ou solos fragilizados.
A época de ocorrência dos deslizamentos coincide com o período das chuvas, intensas e prolongadas, visto que as águas escoadas e infiltradas vão desestabilizar as encostas. Nos morros, os terrenos são sempre inclinados e, quando a água entra na terra, pode acontecer um deslizamento e destruir as casas que estão em baixo.
Muitas cidades, em sua expansão, avançam para terrenos topograficamente mais inclinados e geologicamente instáveis. É o caso da ocupação de vertentes de morros ou de obras efetuadas em áreas extremamente suscetíveis à intempéries intensas ou solos fragilizados.
A época de ocorrência dos deslizamentos coincide com o período das chuvas, intensas e prolongadas, visto que as águas escoadas e infiltradas vão desestabilizar as encostas. Nos morros, os terrenos são sempre inclinados e, quando a água entra na terra, pode acontecer um deslizamento e destruir as casas que estão em baixo.
Desta maneira, os escorregamentos em áreas de encostas ocupadas costumam ocorrer em taludes de corte, aterros e taludes naturais agravados pela ocupação e ação humana.
Quando ocorrem as precipitações o solo absorve uma parcela da água, no entanto, outra parte se locomove em forma de enxurrada na superfície do terreno, a parte de água que se infiltra no solo se confronta com alguns tipos de rochas impermeáveis, com isso a água não encontra passagem e começa acumular-se em único local tornando, dessa forma, o solo saturado de umidade que não consegue suportar e se rompe, desencadeando o deslizamento de terras nas encostas até a base dos morros.
Os motivos que desencadeiam esse processo estão ligados à retirada da cobertura vegetal de áreas de relevo acidentado, habitação humana em locais impróprios, oferecendo condições propícias para o desenvolvimento de deslizamentos em encostas.
Há que considerar três fatores de influência na ocorrência dos deslizamentos:
·
Tipo de solo: sua constituição, granulometria e nível de
coesão;
·
Declividade da encosta: cujo grau define o ângulo de
repouso, em função do peso das camadas, da granulometria e nível de coesão;
·
Água de embebição: que contribui para aumentar o peso
específico das camadas; reduzir o nível de coesão e o atrito, responsáveis pela
consistência do solo, e lubrificar as superfícies de deslizamento.
Os deslizamentos são responsáveis por inúmeras vítimas fatais e grandes prejuízos materiais. Como exemplo, pode-se citar o ocorrido em Angra, em janeiro deste ano, sendo que os deslizamentos aconteceram por causa das acomodações de uma porção do terreno que se movimentou devido à quebra de atrito entre solo/subsolo ou solo/rocha matriz. O fenômeno ocorreu por causa da grande quantidade de água da chuva que se infiltrou no solo e o deslizamento ocorreu quando houve o movimento do material superficial, com a força da gravidade. Some-se a isso, o fato das construções estarem localizadas no sopé das encostas, destino natural dos sedimentos soltos que vão sendo carregados pela água da chuva.
É importante ressaltar que a legislação só permite ao governo federal liberar verba para remoção a moradores que tenham título de propriedade. Porém, o Congresso pode flexibilizar certas regras e facilitar esse processo, pois é urgente a necessidade de se remover quem vive em locais de risco. Por isso, as remoções devem ser feitas com planejamento e indenização, sendo que as pessoas devem ser removidas para lugares com infraestrutura e acessibilidade.
Como evitar um deslizamento
·
Não destruir a vegetação das encostas;
·
No caso de vazamentos, consertar o mais rápido possível e não deixar a
água escorrendo pelo chão - o ideal é construir canaletas;
·
Juntar o lixo em depósitos para o dia da coleta e não deixá-lo entulhado
no morro;
·
Não amontoar sujeira e lixo em lugares inclinados porque eles entopem a
saída de água e desestabilizam os terrenos provocando deslizamentos;
·
Não jogar lixo em vias públicas ou barreiras, pois ele aumenta o peso e
o perigo de deslizamento, assim, deve-se jogar o lixo e entulho em latas ou
cestos apropriados;
·
Não dificultar o caminho das águas de chuva com lixo por exemplo;
·
As barreiras em morros devem ser protegidas por drenagem de calhas e
canaletas para escoamento da água da chuva;
·
Não fazer cortes nos terrenos de encostas sem licença da Prefeitura,
para evitar o agravamento da declividade;
·
Solicitar a Defesa Civil, em caso de morros e encostas, a colocação de
lonas plásticas nas barreiras;
·
As barreiras devem ser protegidas com vegetação que tenham raízes
compridas, gramas e capins que sustentam mais a terra;
·
Em morros e encostas, não plantar bananeiras e outras plantas de raízes
curtas, porque as raízes dessas árvores não fixam o solo e aumentam os riscos
de deslizamentos;
·
Pode-se plantar para que a terra não seja carregada pela água da chuva.
Perto das casas: pequenas fruteiras, plantas medicinais e de jardim, tais como:
goiaba, pitanga, carambola, laranja, limão, pinha, acerola, urucum, jasmim,
rosa, pata-de-vaca, hortelã, cidreira, boldo e capim santo. Nas encostas pode-se
plantar: capim braquiária, capim gordura, capim-de-burro, capim sândalo, capim
gengibre, grama germuda, capim chorão, grama pé-de-galinha, grama forquilha e
grama batatais. A vegetação irá proteger as encostas.
·
Em morros e encostas não plantar mamão, fruta-pão, jambo, coco, banana,
jaca e árvores grandes, pois acumulam água no solo e provocam quedas de
barreiras.
Texto extraído e
modificado de:
Secretaria de Educação
do Estado do Paraná. Deslizamentos. Obtido em:
http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=237.
Acesso em: 11/08/2016.
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