Conceito de Ecossistema
Um ecossistema é uma comunidade de seres vivos cujos
processos vitais estejam relacionados entre si. O desenvolvimento destes seres
vivos tem lugar em função dos fatores físicos do meio que partilham.
Esse conceito explica a complexa interação entre os
organismos, os fluxos de energia e materiais, e a comunidade onde vivem.
Quanto maior é o número de espécies (isto é, maior
biodiversidade), maior é a capacidade de recuperação apresentada pelo
ecossistema. Isto é possível graças às melhores possibilidades de absorção e redução
das alterações ambientais.
Conceito de Ecossistema
Urbano
Embora muitos estudiosos não aceitem as cidades como
ecossistemas, mas sendo elas um conjunto de espécies que interagem entre si e
com o meio, não podemos descartar que elas sejam encaixadas nesta categoria.
Os ecossistemas são dependentes de energia, e a principal
fonte de energia dos ecossistemas naturais é o Sol.
O ecossistema urbano depende, na maior parte, de energia
vinda de fora do sistema.
O uso da energia externa gera resíduos, que devem ser
escoados ou reciclados e reutilizados.
Constituição do Ecossistema
Urbano
Componentes biológicos (plantas, animais e outras formas de vida) e
componentes físicos (solo, água, ar, clima e topografia) e
Componentes antrópicos (o complexo físico, as populações humanas, suas
características demográficas, suas estruturas institucionais e as ferramentas
sociais e econômicas que empregam). O complexo físico inclui edifícios,
redes de transporte, superfícies modificadas (por exemplo, estacionamentos,
telhados e paisagismo), e as alterações ambientais decorrentes da decisão
humana.
Os componentes antrópicos também incluem o uso de energia
e a importação, transformação e exportação de materiais.
Impactos negativos no
ecossistema urbano
Desmatamento, construção civil, aumento da densidade
populacional, construção desordenada, falta de moradias, saneamento inadequado
e precárias condições do abastecimento de água.
Consequências sociais: miséria, doenças, delinquência e violência.
Consequências ambientais:
·
Poluição
do solo, da água e do ar.
· Chuva
ácida: Ela se torna
ácida quando a água se mistura na atmosfera com os poluentes industriais e com
os gases tóxicos dos automóveis, causando danos às plantações, florestas, rios,
lagos, animais e também ao homem. Para combater a chuva ácida é necessária a
redução da poluição do ar.
·
Efeito
estufa: É o
aquecimento da Terra devido à poluição do ar pela concentração de gás carbônico
na atmosfera. Os raios de sol conseguem atravessar essa barreira até a
superfície terrestre. Parte dos raios é absorvida e a outra parte é irradiada
em forma de calor, que não consegue sair para a atmosfera devido à barreira de
gás carbônico, causando o aumento da temperatura.
Os resíduos industriais e a cidade
As indústrias eliminam uma grande
quantidade de resíduos sólidos, líquidos e gasosos: gases tóxicos, como
monóxido e o dióxido de carbono, dióxido de enxofre e fluoretos. Todos esses
gases estão presentes na cidade e afetam a qualidade do ar e consequentemente a
qualidade de vida das populações urbanas. O crescimento das cidades intensifica
o uso do automóvel, aumentando o impacto negativo sobre o ambiente.
O principal impacto dos resíduos industriais é sobre a
saúde do ser humano: doenças respiratórias como as rinites alérgicas, asma e
alergias que levam a população aos hospitais públicos das grandes cidades.
Também ocasionam graves problemas aos ecossistemas e ao
patrimônio histórico e cultural em geral. Os resíduos líquidos de natureza
industrial estão associados principalmente às indústrias químicas de álcool,
papel, tecidos, couro alumínio, entre outras, impactando as águas, que se
tornam poluídas, inaproveitáveis e tóxicas aos seres aquáticos.
A indústria da construção civil é a que mais produz resíduos no meio ambiente urbano.
Soluções às vezes causam novos problemas
Solução: o álcool foi adotado como combustível para
abastecer os automóveis que circulam pelo espaço urbano.
Justificativa ambiental: trata-se de um combustível cuja
fonte é renovável; portanto, mais recomendável que o combustível fóssil.
Problema: para produzir um litro de álcool geram-se de
onze a treze litros de vinhaça ou vinhoto e um grande volume de bagaço de cana
que poluem os rios, e sua queima nos carros polui o ar da cidade com CO2,
que é o gás do efeito estufa.
Expansão das cidades
O cidadão muitas vezes se alegra porque sua cidade está
crescendo mais que suas vizinhas. Certamente, ele pensa nas oportunidades de
negócio, e quase nunca na maior competição por recursos, empregos e degradação
da qualidade urbana.
O crescimento exagerado das cidades produz grandes
agravantes ambientais, na medida em que esse crescimento ocorre de forma muito
rápida e desorganizada e exige do poder público serviços nem sempre
disponibilizados.
Como as cidades brasileiras têm encarado o seu
crescimento? Há preocupação como o desenvolvimento sustentável?
Qualidade de vida urbana
É um termo que abrange o conceito de qualidade de vida e
o de qualidade ambiental, mas, além disto, é um conceito espacialmente
localizado, reportando-se ao meio urbano, às cidades.
A igualdade entre os homens, traduzida hoje como equidade
na distribuição dos recursos e benefícios e no acesso de toda a população à
satisfação de suas necessidades básicas fundamentais, fica prejudicada com o
modelo de desenvolvimento adotado.
O conceito de qualidade de vida pode ser abordado como
sendo as condições necessárias para que as pessoas ou indivíduos cheguem a
realizar seus planos de vida. A concretização de seus objetivos fica
condicionada ao seu padrão de vida, quanto mais privações esses indivíduos
tiverem, pior será a qualidade de vida (ALMEIDA, 1997).
A falta de qualidade de vida pode ser percebida a partir
dos fatores exclusão social, vulnerabilidade social e privação social.
O conceito de qualidade de vida pode ser analisado em diferentes faces: qualidade
de vida urbana; qualidade de vida no trabalho; qualidade de vida na
terceira idade; qualidade de vida dos pacientes com determinada doença.
Planejamento ambiental
urbano
É prerrogativa constitucional da gestão municipal que
responde, inclusive, pela delimitação oficial da zona urbana, rural e demais
territórios para onde são direcionados os instrumentos de planejamento
ambiental.
Os principais instrumentos de planejamento ambiental são
o Zoneamento Ecológico-Econômico - ZEE, o Plano Diretor Municipal, o Plano de
Bacia Hidrográfica, o Plano Ambiental Municipal, a Agenda 21 Local e o Plano de
Gestão Integrada.
Planos setoriais
Todos os planos setoriais ligados à qualidade de vida no
processo de urbanização, como saneamento básico, moradia, transporte e
mobilidade, também constituem instrumentos de planejamento ambiental.
O fundamental é que esses instrumentos sejam compostos
por ações preventivas e normativas que permitam controlar os impactos
territoriais negativos dos investimentos públicos e privados sobre os recursos
naturais componentes das cidades.
Os planos setoriais buscam evitar a subutilização dos
espaços já infraestruturados e a degradação urbana e imprimir uma maior
eficiência das dinâmicas socioambientais de conservação do patrimônio ambiental
urbano.
Instrumentos econômicos do planejamento ambiental
A Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável, fruto da ECO-92, enuncia em seu princípio 16 que os Estados devem
promover a adoção de instrumentos econômicos como iniciativa de proteção à
integridade do sistema ambiental global.
Tais instrumentos podem envolver pagamento, compensação
ou concessão de benefícios fiscais e são considerados uma alternativa eficiente
em termos econômicos e ambientais, indo além dos mecanismos já existentes na
legislação ambiental brasileira.
Objetivo dos instrumentos econômicos
Incentivar aqueles que ajudam a conservar ou produzir
serviços ambientais a conduzirem práticas cada vez mais adequadas que assegurem
a conservação e a restauração dos ecossistemas, atribuindo à conservação obtida
um valor monetário, ausente anteriormente.
Exemplos:
•
pagamento
por serviços ambientais urbanos que atuariam na remuneração pela produção de
impactos positivos ou minimização de impactos negativos ambientalmente:
•
manutenção
de áreas verdes urbanas; melhoria na rede de transporte coletivo; disposição
correta e reciclagem de resíduos sólidos urbanos; e tratamento de esgoto
sanitário.
•
ICMS
ecológico, que é repassado dos estados aos municípios.
Limitações ao
desenvolvimento ambiental
No processo de desenvolvimento econômico adotado pelos
países capitalistas, no decorrer da história, a relação homem-natureza se
modificou profundamente. Atualmente as sociedades urbanas convivem com questões
ambientais de natureza variada. Muitos são os fatores que contribuem para a
degradação ambiental nos grandes centros urbanos. O problema é muita mais
social e político do que da falta de propostas de intervenção.
As transformações sociais não foram acompanhadas por um
processo educacional da coletividade humana voltado para a sustentabilidade - a
educação ambiental.
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