Sistemas são totalidades integradas, cujas
propriedades não podem ser reduzidas às de unidades menores. Todo e qualquer organismo é uma totalidade integrada e,
portanto, um sistema vivo.
Os mesmos aspectos de totalidade são exibidos por sistemas
sociais... e por ecossistemas, que consistem numa variedade de
organismos e matéria inanimada em interação mútua.
(Fritjof Capra. O ponto de mutação: a ciência, a
sociedade e a cultura emergente. São Paulo: Cultrix, 1993, p. 260).
Ecossistema é o nome dado a um conjunto de
comunidades que vivem em um determinado local e interagem entre si e com o meio
ambiente, constituindo um sistema estável, equilibrado e autossuficiente.
A palavra ecossistema significa “sistema
onde se vive”.
Um ecossistema é formado por dois componentes básicos: o
biótico e o abiótico.
O sistema biótico refere-se aos seres vivos da
comunidade, tais como plantas e animais.
O sistema abiótico são as partes sem vida do ambiente, como
o solo, a atmosfera, a luz e a água. Esses fatores são fundamentais para a
manutenção da vida, pois garantem a sobrevivência das espécies, atuando,
inclusive, no metabolismo dos seres vivos, como é o caso da água.
Um ecossistema social é um conjunto dinâmico de relações,
serviços mútuos e interdependências que maximiza a probabilidade de
sobrevivência dos seus integrantes.
Pensamento ecossistêmico
É a percepção da realidade, onde se trabalha com a interdependência
dos fenômenos físicos, biológicos, psicológicos, culturais, econômicos e
político-institucionais.
Em vez de se concentrar nos elementos ou substâncias
básicas, a abordagem sistêmica enfatiza princípios básicos de organização. O
mundo é visto pela concepção sistêmica em termos de relações e interações.
Todos os sistemas naturais são abertos. Quanto mais evoluído, isto é, complexo e rico for um
sistema, mais aberto ele será. Assim, o homem é o sistema mais aberto de todos, o mais
dependente na independência.
Entende-se como ecossistema não só a natureza, mas também o
ecossistema técnico-social, que se sobrepõe ao primeiro e o torna ainda mais
complexo. O ecossistema social, ou ecossistema sociourbano, contempla
um sentido mais rico. (MORIN, E Sociologia: a sociologia do
micro-social ao macroplanetário. Portugal: Publicações Europa-América, 1984, p.
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Ecossistema sociourbano
O ecossistema sociourbano é a sociedade moderna
considerada do ponto de vista ecológico, ou seja, do ponto de vista dos
indivíduos, grupos, instituições etc,
que estão em relação de sistema aberto ao ecossistema.
Quanto mais evoluída for a sociedade, quer dizer, quanto
maiores forem o número, o lugar, o papel dos artefatos, objetos produzidos pela
e para a atividade industrial, maior é o caráter “técnico” do ecossistema
social.
As características de um ecossistema sociourbano estão
vinculadas à ideia de relações e interações no seio do aglomerado urbano. Assim, além do aspecto meramente populacional, nesse
aglomerado interferem também as organizações e as instituições econômicas,
políticas, culturais, sociais, os artefatos, as máquinas e produtos múltiplos,
os grupos sociais e os indivíduos.
O ecossistema sociourbano compreende também elementos e
sistemas vivos e não-vivos constitutivos do meio natural: clima, atmosfera,
subsolo, microorganismos vegetais e animais; este ecossistema nutre-se
energicamente dos alimentos extraídos do ecossistema natural (inclusive carvão,
gás, água, derivados de petróleo). A maior parte destes elementos e destes alimentos são-lhe
absolutamente vitais.
Características dos ecossistemas
Não são estáticos, eles são dinâmicos, compostas de
processos de auto-organização.
Representam um equilíbrio e seu balanceamento muda constantemente
para se adaptar a um ambiente variável.
Metas de administração que envolvem a manutenção de algum
estado fixo em um ecossistema, maximizando alguma função ou minimizando
alguma outra função, sempre conduzirá a um desastre em algum ponto.
Se as atividades humanas mantiverem a integridade de
auto-organização das entidades que nós chamamos vida, nós estaremos certos.
Nós temos uma escolha simples, ser os cuidadores da
integridade ou desfazedores da integridade dos ecossistemas.
Este texto foi extraído e modificado de:
MILIOLI, Geraldo. O pensamento ecossistêmico para uma visão
de sociedade e natureza e para o gerenciamento integrado de recursos. Desenvolvimento
e Meio Ambiente, n. 15, p. 75-87, jan./jun. 2007. Editora UFPR.
Parabéns e obrigado pela didática e pela clareza desse texto. Como a educação do nosso País seria bem melhor se contassemos com o apoio, necessário e indispensável à oferta de uma prática docente ecossistêmica juntos @s acadêmic@s de nossas IES's, públicas, espalhadas nas diferente regiões brasileiras. Uma vez mais, obrigado.
ResponderExcluirSou eu quem agradece, professor, pelo gentil comentário. Sem dúvida, o mundo vai aos poucos evoluindo, à custa de muito sofrimento, para o pensamento ecossistêmico. Grande abraço.
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