Conceito
Gestão Socioambiental é um conjunto de medidas e
procedimentos que reduzem e controlam os impactos de uma atividade ou
empreendimento sobre a sociedade e o meio ambiente.
A gestão socioambiental inclui atividades de
planejamento, administração de processos e recursos para desenvolver,
implementar e atingir os objetivos de uso racional dos recursos naturais,
visando a sustentabilidade.
Arcabouço legal
As leis e instituições que devem ser observadas na gestão
ambiental são:
Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), de 1981.
Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), que abriga:
Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA),
Órgãos de licenciamento ambiental e
Órgãos de observação, de cuidado e de
vistoria ambiental em todas as esferas de poder do Estado.
Embora esse aparato legal e institucional tenha sido
construído com o objetivo de defesa e promoção do meio ambiente, na maioria das
vezes, percebe-se que é o mercado que impõe a gerência do ambiente e dos
recursos da natureza necessários ao cumprimento dos processos de produção.
Objetivo da Gestão Socioambiental
Desenvolver e aplicar ferramentas de gestão que permitam
o planejamento e a ampliação do controle dos impactos das atividades das
empresas sobre a sociedade e o meio ambiente.
As empresas vêm permitindo espaço ao pensamento ecológico
em seu cotidiano, devido ao fato de que o investimento voltado ao
desenvolvimento sustentável pode trazer vantagem competitiva.
As pressões mundiais acerca da questão ambiental e os
danos provocados pelas empresas ao meio ambiente têm levado parte dos
empresários a uma reflexão quanto à realização de investimentos no
desenvolvimento de ferramentas gerenciais, que garantam ou amenizem os
efeitos ambientais gerados por suas atividades operacionais, sejam estas no
setor industrial ou de serviços.
Gestão socioambiental empresarial
Reestruturação técnicas de produção e suas formas de
apropriação dos recursos naturais e sociais a fim de manter a continuidade da
produção,
èsem, contudo, modificar a essência do
modelo produtivo, que é a obtenção do excedente gerador de lucro, explorando
nesse processo a natureza e os seres humanos.
è mudanças, adaptações, reformas sem
transformar sua essência de funcionamento.
Neste modelo predominam estratégias baseadas na busca
do crescimento econômico a qualquer preço, no consumismo e na destruição dos
recursos naturais até então considerados bens abundantes e inesgotáveis.
Os custos adicionais para as empresas, resultantes dos
gastos com controle da poluição, podem comprometer a lucratividade das empresas
e a oferta de empregos.
Como resultado desta visão, os custos sociais e
ambientais das atividades econômicas das empresas são “externalizados”, isto é,
transferidos para a sociedade.
Marketing verde
O Marketing Verde envolve o processo de venda de
produtos, serviços ou ideias com apelo ambiental e que têm como pressuposto o
comportamento seletivo da população em relação à escolha de produtos ou
projetos (bens tangíveis ou serviços) que causem menor dano ao meio ambiente.
O Marketing Verde não se limita apenas à divulgação dos
atributos verdes do produto (feito de material reciclado, baixo consumo
energético, produção orgânica etc.), ele orienta a estratégia da organização
para que ela seja ambientalmente correta. Além disso, não se restringe ao
Departamento de Marketing, mas envolve também os departamentos de P&D,
Recursos Humanos, Financeiro etc.
Marketing verde na arquitetura e urbanismo
Construção sustentável é a edificação ou espaço construído que teve na sua
concepção, construção e operação, o uso de conceitos e procedimentos
reconhecidos de sustentabilidade socioambiental, proporcionando benefícios
econômicos e de saúde, além de bem estar às pessoas.
Prédios verdes são “aqueles que têm maior eficiência no uso de
energia, água e materiais, e reduzem o impacto na saúde humana e no meio
ambiente por meio de uma melhor localização, projeto, construção, operação,
manutenção e gestão de resíduos durante o ciclo de vida do edifício”. U.S.
Office of the Federal Environmental Executive (OFEE)
Uso e Ocupação do Solo
A questão central na arquitetura e urbanismo, com relação
à gestão socioambiental é o uso e a ocupação do solo.
Premissas – O solo, base da existência da diversidade de vida, deve ser
preservado, conservado, recuperado e manejado adequadamente, evitando com isso
sua contaminação, poluição e degradação.
Situação Atual – O processo desordenado de uso e ocupação pela expansão
urbana impactam diretamente a qualidade solo.
Desafio - rever e promover processos produtivos e de ocupação e uso que
revertam a degradação e contaminação do solo.
Obstáculos - Todas as formas inadequadas de uso e ocupação do solo. Uso do solo
como mercadoria. Interesses imobiliários.
Recursos hídricos
Outra questão fundamental se refere aos recursos
hídricos.
Premissa: A água é um bem público de uso
comum devendo ser garantido a sua qualidade e quantidade a todos os seres
vivos.
Situação Atual – Grande quantidade dos corpos hídricos está poluída ou
contaminada. Ausência ou insuficiência de matas ciliares e a falta de proteção
das áreas de recarga dos aquíferos.
Desafio - Identificar, dar publicidade e deter as fontes de poluição e
contaminação. Repor e manter as matas ciliares e demais formas de vegetação
protetoras das nascentes.
Obstáculos - Inoperância dos órgãos de fiscalização. Desinteresse e/ou falta de
conhecimento da sociedade. Falta de vontade política. Empresas e domicílios
lançando dejetos e outros efluentes nos corpos hídricos. Rios em áreas urbanas
canalizados, sem mata ciliar, recebendo todas as cargas de poluentes e
contaminantes. Falta de educação ambiental.
Lavagem verde
Muitos entendem que o Marketing Verde se refere somente à
promoção ou propaganda de produtos com características ambientais, sendo muitas
vezes uma propaganda enganosa.
Utiliza-se o termo “Lavagem Verde” Greenwashing (do
inglês green, verde, a cor do movimento ambientalista, e washing,
lavagem) no sentido de modificação que visa ocultar ou dissimular algo; é um
anglicismo que indica a injustificada apropriação de virtudes ambientalistas
por parte de organizações - empresas, governos, etc. - ou pessoas, mediante o
uso de técnicas de marketing e relações públicas.
A catástrofe de Mariana expôs na mídia uma enorme tragédia
ambiental provocada por empresas de mineração, colocando essas organizações sob
pressão da opinião pública e dos movimentos ambientalistas.
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