sexta-feira, 18 de outubro de 2019

GESTÃO SOCIOAMBIENTAL


Conceito

Gestão Socioambiental é um conjunto de medidas e procedimentos que reduzem e controlam os impactos de uma atividade ou empreendimento sobre a sociedade e o meio ambiente.
A gestão socioambiental inclui atividades de planejamento, administração de processos e recursos para desenvolver, implementar e atingir os objetivos de uso racional dos recursos naturais, visando a sustentabilidade.

Arcabouço legal

As leis e instituições que devem ser observadas na gestão ambiental são:
Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), de 1981.
Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), que abriga:
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA),
Órgãos de licenciamento ambiental e
Órgãos de observação, de cuidado e de vistoria ambiental em todas as esferas de poder do Estado.
Embora esse aparato legal e institucional tenha sido construído com o objetivo de defesa e promoção do meio ambiente, na maioria das vezes, percebe-se que é o mercado que impõe a gerência do ambiente e dos recursos da natureza necessários ao cumprimento dos processos de produção.

Objetivo da Gestão Socioambiental

Desenvolver e aplicar ferramentas de gestão que permitam o planejamento e a ampliação do controle dos impactos das atividades das empresas sobre a sociedade e o meio ambiente.
As empresas vêm permitindo espaço ao pensamento ecológico em seu cotidiano, devido ao fato de que o investimento voltado ao desenvolvimento sustentável pode trazer vantagem competitiva.
As pressões mundiais acerca da questão ambiental e os danos provocados pelas empresas ao meio ambiente têm levado parte dos empresários a uma reflexão quanto à realização de investimentos no desenvolvimento de ferramentas gerenciais, que garantam ou amenizem os efeitos ambientais gerados por suas atividades operacionais, sejam estas no setor industrial ou de serviços.



Gestão socioambiental empresarial

Reestruturação técnicas de produção e suas formas de apropriação dos recursos naturais e sociais a fim de manter a continuidade da produção,
èsem, contudo, modificar a essência do modelo produtivo, que é a obtenção do excedente gerador de lucro, explorando nesse processo a natureza e os seres humanos.
è mudanças, adaptações, reformas sem transformar sua essência de funcionamento.
Neste modelo predominam estratégias baseadas na busca do crescimento econômico a qualquer preço, no consumismo e na destruição dos recursos naturais até então considerados bens abundantes e inesgotáveis.
Os custos adicionais para as empresas, resultantes dos gastos com controle da poluição, podem comprometer a lucratividade das empresas e a oferta de empregos.
Como resultado desta visão, os custos sociais e ambientais das atividades econômicas das empresas são “externalizados”, isto é, transferidos para a sociedade.

Marketing verde

O Marketing Verde envolve o processo de venda de produtos, serviços ou ideias com apelo ambiental e que têm como pressuposto o comportamento seletivo da população em relação à escolha de produtos ou projetos (bens tangíveis ou serviços) que causem menor dano ao meio ambiente.
O Marketing Verde não se limita apenas à divulgação dos atributos verdes do produto (feito de material reciclado, baixo consumo energético, produção orgânica etc.), ele orienta a estratégia da organização para que ela seja ambientalmente correta. Além disso, não se restringe ao Departamento de Marketing, mas envolve também os departamentos de P&D, Recursos Humanos, Financeiro etc.

Marketing verde na arquitetura e urbanismo

Construção sustentável é a edificação ou espaço construído que teve na sua concepção, construção e operação, o uso de conceitos e procedimentos reconhecidos de sustentabilidade socioambiental, proporcionando benefícios econômicos e de saúde, além de bem estar às pessoas.
Prédios verdes são “aqueles que têm maior eficiência no uso de energia, água e materiais, e reduzem o impacto na saúde humana e no meio ambiente por meio de uma melhor localização, projeto, construção, operação, manutenção e gestão de resíduos durante o ciclo de vida do edifício”. U.S. Office of the Federal Environmental Executive (OFEE)

Uso e Ocupação do Solo

A questão central na arquitetura e urbanismo, com relação à gestão socioambiental é o uso e a ocupação do solo.

Premissas – O solo, base da existência da diversidade de vida, deve ser preservado, conservado, recuperado e manejado adequadamente, evitando com isso sua contaminação, poluição e degradação.
Situação Atual – O processo desordenado de uso e ocupação pela expansão urbana impactam diretamente a qualidade solo.
Desafio - rever e promover processos produtivos e de ocupação e uso que revertam a degradação e contaminação do solo.
Obstáculos - Todas as formas inadequadas de uso e ocupação do solo. Uso do solo como mercadoria. Interesses imobiliários.

Recursos hídricos

Outra questão fundamental se refere aos recursos hídricos.

Premissa:  A água é um bem público de uso comum devendo ser garantido a sua qualidade e quantidade a todos os seres vivos.
Situação Atual – Grande quantidade dos corpos hídricos está poluída ou contaminada. Ausência ou insuficiência de matas ciliares e a falta de proteção das áreas de recarga dos aquíferos.
Desafio - Identificar, dar publicidade e deter as fontes de poluição e contaminação. Repor e manter as matas ciliares e demais formas de vegetação protetoras das nascentes.
Obstáculos - Inoperância dos órgãos de fiscalização. Desinteresse e/ou falta de conhecimento da sociedade. Falta de vontade política. Empresas e domicílios lançando dejetos e outros efluentes nos corpos hídricos. Rios em áreas urbanas canalizados, sem mata ciliar, recebendo todas as cargas de poluentes e contaminantes. Falta de educação ambiental.

Lavagem verde

Muitos entendem que o Marketing Verde se refere somente à promoção ou propaganda de produtos com características ambientais, sendo muitas vezes uma propaganda enganosa.
Utiliza-se o termo “Lavagem Verde” Greenwashing (do inglês green, verde, a cor do movimento ambientalista, e washing, lavagem) no sentido de modificação que visa ocultar ou dissimular algo; é um anglicismo que indica a injustificada apropriação de virtudes ambientalistas por parte de organizações - empresas, governos, etc. - ou pessoas, mediante o uso de técnicas de marketing e relações públicas.

A catástrofe de Mariana expôs na mídia uma enorme tragédia ambiental provocada por empresas de mineração, colocando essas organizações sob pressão da opinião pública e dos movimentos ambientalistas.

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