Revolução industrial é o nome dado às
inúmeras transformações ocorridas na Inglaterra, a partir de 1750, após a
invenção das máquinas, que aceleraram o processo de produção. Essas
transformações não ficaram limitadas ao processo produtivo, mas alcançaram
também o transporte, a comunicação, a sociedade, a paisagem urbana, o campo
ideológico etc. Esta é a definição clássica de Revolução Industrial; porém, todos os estudiosos do assunto reconhecem que é uma definição limitada, porque, ao longo do processo histórico, não ocorreu uma revolução. Pode-se reconhecer pelo menos três fases ou três revoluções, e há também aqueles que identificam uma quarta fase, que alguns chamam de pós-industrial.
A Revolução Industrial nos dá a
sensação de aceleração de tempo, diminuição das distâncias e encolhimento do
mundo: tudo tinha de ser mais rápido e eficiente – a produção, o transporte, a
comunicação. Isso ocorreu com o surgimento do barco a vapor, o trem a vapor, o
telégrafo e, mais tarde, o telefone.
A Primeira Revolução Industrial teve
como berço a Inglaterra, em torno de 1750, porque ali existiram as condições de
seu surgimento: 1) hegemonia nos mares, em que o controle do comércio marítimo
enriqueceu a Inglaterra; 2) acumulação de recursos, entre os séculos XVI e
XVIII, que eram aplicados em máquinas, fábricas e tecnologia; 3) forte
atividade bancária, que propiciava crédito aos investidores; 4) disponibilidade
de mão de obra, relacionada à prática do cercamento, quando muitos camponeses
perderam suas terras e migraram para as cidades; 5) acesso a matérias primas e
fontes de energia (a Inglaterra tinha imensas reservas de carvão mineral) e 6)
inovações tecnológicas.
As inovações tecnológicas são o motor
das revoluções industriais. A mais importante inovação tecnológica talvez tenha
sido a máquina a vapor, que acelerou não apenas o processo de produção, mas
também o transporte de carga e a circulação de pessoas.
A sociedade se molda e se adapta às
transformações. Surgiram novos atores sociais: os capitalistas, donos dos meios
de produção, e os operários (proletariado) donos da força de trabalho, assalariados.
Devido à brutal exploração do
operariado por parte dos capitalistas surgiram vários movimentos sociais, que
marcaram a história da humanidade. No período da Primeira Revolução Industrial,
na Inglaterra eclodiram os movimentos ludista,
de trabalhadores na indústria que protestavam contra a substituição da
mão-de-obra humana por máquinas, destruindo-as como forma de protesto e
o cartismo, movimento de
trabalhadores ingleses que lutou pela inclusão política da classe operária,
representada pela Associação Geral dos Operários de Londres. Dele
resultou a Carta do Povo, redigida em 1838, que continha o programa do
movimento, fazendo reivindicações políticas e trabalhistas, e que foi entregue
ao Parlamento.
A Segunda Revolução Industrial ocorreu
no final do Século XIX, a partir de 1860, configurada pelo surgimento de novas
tecnologias e pelo fato de a industrialização alcançar diferentes países, como
Alemanha, França, EUA e Japão. O carvão, base da energia da máquina a vapor,
veio a ser substituído pela energia elétrica. Nos EUA surgiu o modelo fordista de produção industrial,
caracterizado pela produção em série e em larga escala. Outras características
do modelo fordista são o trabalho repetitivo, a forte divisão do trabalho e a
padronização do produto.
A Terceira Revolução Industrial iniciou-se
após a Segunda Guerra Mundial com a junção entre
conhecimento científico e produção industrial. O processo industrial pautado no
conhecimento e na pesquisa caracteriza a chamada Terceira Revolução Industrial.
Nessa etapa ou fase produtiva, todos os
conhecimentos gerados em pesquisas são repassados quase que simultaneamente
para o desenvolvimento industrial.
A Terceira Revolução
Industrial permitiu o desenvolvimento de atividades na indústria que aplicam
tecnologias de ponta em todas as etapas produtivas. A produção de tecnologias é
um ramo que apresenta como um dos mais promissores no âmbito global. É a revolução técnico-científica,
sofisticada, fina, exemplificada pela microinformática, mecatrônica, telecomunicações,
biotecnologia, nanotecnologia etc. A energia atômica, a energia eólica, a energia solar, a energia química e outras foram incorporadas como fontes alternativas para a produção de energia elétrica.
No contexto da Terceira Revolução Industrial, surgiu no Japão um novo modelo de produção industrial, denominado toyotismo. Enquanto o fordismo se assenta na produção em série, o toyotismo se assenta na produção flexível, conforme a demanda e a necessidade do mercado.
No contexto da Terceira Revolução Industrial, surgiu no Japão um novo modelo de produção industrial, denominado toyotismo. Enquanto o fordismo se assenta na produção em série, o toyotismo se assenta na produção flexível, conforme a demanda e a necessidade do mercado.
Essa nova fase
produtiva não se limita a produtos de pouco valor agregado, como nas revoluções
industriais anteriores, pelo contrário, o conhecimento inserido, no qual foram
gastos anos de estudos e pesquisas, agregam elevados valores no produto final,
mesmo que tenha sido gasta pouca quantidade de matéria-prima.
As atividades que
mais se destacam no mercado estão vinculadas à produção de computadores,
softwares, microeletrônica, chips, transistores, circuitos eletrônicos, robótica,
telecomunicações, informática em geral. Destacam-se ainda a expansão de
transmissores de rádio e televisão, telefonia fixa, móvel e internet, indústria
aeroespacial, biotecnologia e muitas outras inovações.
QUESTÃO: Considerando as características de cada fase da Revolução Industrial, em que fase estaria o Brasil?
As transformações que
atualmente ocorrem nos países mais avançados tecnologicamente são de tal vulto
que há aqueles que defendem a ideia de que vivemos (?) na era ou sociedade
pós-industrial, um novo mundo, onde o trabalho físico é feito
pelas máquinas e o mental, pelos computadores. Nela cabe ao homem uma tarefa
para a qual é insubstituível: ser criativo, ter ideias. Seria uma Quarta Revolução Industrial? Ou uma Revolução do Conhecimento?
Tais sociedades são
frequentemente marcadas por:
Um rápido crescimento do setor de serviços, em oposição ao manufaturado.
Um rápido aumento da tecnologia de informação, frequentemente levando ao termo "era da informação".
Conhecimento e criatividade tornam-se as matérias cruciais de tais economias, inseridas em um forte processo de globalização.
É importante, porém,
verificarmos que, em termos de Revolução Industrial, esse fenômeno é definido
pelas economias e sociedades mais avançadas. Ainda hoje, existem sociedades que
nem mesmo entraram na primeira fase, enquanto que outras já ultrapassaram a
última fase. Portanto, uma análise mais acurada mostra enormes disparidades, onde
o avanço socioeconômico corresponde aos países dominantes e o atraso é característica dos países dominados.
QUESTÃO: Considerando as características de cada fase da Revolução Industrial, em que fase estaria o Brasil?
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